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Se algumas centenas de mártires cristãos do primeiro século do império romano foram um exemplo, que dizer então de três mil mártires cátaros?
A partir de 1022 as primeiras fogueiras foram acesas em Orleans, Champagne e em Milão.
Bem antes do começo das “cruzadas”, já havia fogueiras coletivas em Toulouse, em Colônia, em Liège.
Desde 1209, as chamas do ódio se elevavam em toda Aquitânia e no Languedoc e em Champagne: |
180 perfeitos no Mont Aimé,
400 perfeitos em Lavaur, ainda outros 50 mais tarde,
140 perfeitos em Minerva,80 perfeitos em Agen,
94 perfeitos em Cassès,
210 perfeitos em Moissac (para citar só a França).
Comunidades cátaras inteiras dizimadas, perseguidas na Europa inteira: Languedoc, Norte da França, Anvers, Colônia, Londres, Oxford, Strasburgo, Aix-la-Chapelle, norte e sul da Itália, etc.Fogueiras inumeráveis de Flandres, de Rhénanie, da Lombardia, culminando no odioso espetáculo de Verona onde duzentos cátaros, a começar pelos primeiros cristãos de Roma, foram queimados na arena do circo
!E Montségur! Montségur, eternamente farol do “puro amor cristão”, onde 215 Perfeitos cantando nas chamas deixaram um sinal indelével na alma occitana!
A cruzada contra os cátaros se tornou desde 1209 um verdadeiro genocídio contra o povo que protegia seus “perfeitos”. Populações inteiras passadas a fio de espada:
Béziers (20 000 mortos), Marmande (6 000 mortos), cidades incendiadas, ceifadas e florestas aniquiladas.
Uma igreja “embriagada com o sangue dos santos e mártires de Jesus Cristo”, vitoriosa – mas a que preço? – deixa o país devastado, arruinado.
Se esse “crime contra o Espírito” marcou para sempre seus autores, o sacrifício de alma dos perfeitos deixa em nossa consciência o traço luminoso do mais nobre exemplo. |
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